13 janeiro, 2009

...e ata-me en tu sombra

Vinho tinto - sempre. E um livro - quase sempre. Talvez um caderno de notas aleatórias. Um olhar rápido dissecando o bar da ocasião. E um amigo - macho, claro - para completar. Homens adoram mulheres acompanhadas - sabe Deus a razão.
Nesse caso, o livro e o vinho. Só.
Minha presa: solitária. Um menino vestindo o terno do pai. Amigos, mulheres e ele lá - a cast out. Delicioso. Nuca bronzeada, forte. Braços que poderiam machucar, mas movem-se com cautela pesando seu impacto no mundo.
Delicioso.
Simulando desorientação, olho ao redor. Encontro seus olhos - aqueles olhos escuros de espiral. Já sei o próximo passo. Saio daquele olhar e dirijo o meu para fora do bar. I want out, honey. Se me acompanhar, ótimo. Levanto. Saio. Táxi. Entro.
- Perdizes, por favor.
A porta abre. Fecha. Abre de novo.
- Não. Jardim dos Milagres.
Olhos escuros dele. Eu, mar, transbordo. Jardim dos Milagres, então. Let us be.

11 janeiro, 2009

me odia con toda su alma

só muito tarde, ouvi sua mensagem de voz; seu aborrecimento com meu temperamento líquido; o que de mim tem buscado em pernas, bocas, peles, cios, camas outras; pressinto e até ignoro a sua tentativa de me culpar sempre; isso é o que agora menos importa; penso que hoje temos outras maneiras de fugir de todo o resto; sabe? os dias nunca passaram tão rápido como ultimamente.